quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Tum tum tum

Não é também um desespero para que o novo ano comece. Mas são tantas coisas novas por vir que não aguento mais esse número 11 depois do 20. Na escola adorava quando trocava o ano, enjoava de escrever sempre o mesmo fim na data no caderno. Hoje eu e minha mãe movemos os entulhos embaixo da escada. Minha nossa. Lembranças pulando no meu cangote e me lembrando de onde vim. Certificado de honra ao mérito, poesia premiada, cadernos caprichados e organizados. Vendo tudo isso, descobri que minha organização foi por água abaixo na faculdade, pois antes dela eu era um exemplo. Revirei cartinhas e cartões, não consegui jogar os mais queridos. Ah, encontrei papés de carta não usados, que me obrigam a escrever carta pra alguém. Bizarrice é pouco: encontrei um potinho com todos os meus dentes de leite. ECA! O que faço com eles? Tento um milhão colocando todos ao mesmo tempo embaixo do travesseiro? Nesse momento "o que fazer com dentes de leite" minha mãe incrivelmente lembra que tem os umbigos (meu e da minha irmã) enrolados numa gaze grudada com fita crepe amarela, guardados no fundo não sei de onde. E me pergunta o que fazer com eles. Acho que joga no mar, pra me desgrudar do umbigo dela, não? Sei que não é por mal, mas entendi a energia que me segura, meu umbigo está literalmente guardado aqui nessa casa. Hoje me sinto menina, mesma insônia de quando tinha meus sonhos mirabolantes, de quando achava que com 22 anos estaria morando sozinha e super viajando pela vida. Meu umbigo vai se desgrudar e isso é uma delícia. Não vejo a hora, na verdade. Difícil, talvez. Mas acho que vai ser tão bom que quando ficar difícil eu largo um sorrizinho de canto. Eita trabalho bom que vem aí! Mais ansiosa ainda pra mergulhar corpo, alma e coração nessa intensidade toda. Ah que energia! Torço por um banho de cachoeira, próximo. Vai me limpar dessa coisa louca que sou eu ansiosa, me ajuda a botar em ordem as coisas pra vida andar. Tá andando rápido heim. Nunca na minha enorme vida pensei que me veria trabalhando tanto nessa época do ano. Eu, BG maior, sem uns dias de mato no fim/começo do ano. O que novos planos não fazem com a vida de uma pessoa. Garanto que minha alma BG continua intacta. Tenho bons planos de plantar cebolinha e outros temperos numa hortinha fofa. Pronto insônia, escrevi, posso dormir?

Ah, inclusive hoje no fuça-fuça descobri que minha alma BG existe antes de eu existir inteira.
Se deleitem com as últimas estrofes da poesia autoral, vencedora na quinta série.

 Palavra não foi feita para semear
a dúvida, a tristeza ou o mal-estar.
Destino da palavra é a construção
de um mundo mais feliz e mais irmão.

Palavra não foi feita para dividir ninguém.
Palavra é a ponte onde o amor vai e vem.

Depois dessa, alguém duvida? ahahahahaha 

Ainda mereço?

sábado, 10 de dezembro de 2011

Fim do ciclo seco

Findo.

Linda responsável pelo fim do ciclo seco.
Voltam as tempestades e trovões,
a brisa e os corações,
volta o céu azul, a lua brilhante, o amor,
a saudade, a vontade, a cor, a dor, a coragem.
A volta do mundo em mim.
Obrigada Efigênia Rolim!

domingo, 4 de dezembro de 2011

O ano acabou?

Não escrevo pra reclamar do cansaço, nem pra dizer quão pesado é o fim do ano, e muito menos pra falar das mudanças e esperanças de um ano novo. O que eu quero saber mesmo é se esse ano já acabou. Me sinto num vácuo entre 2011 e 2012. Algo sem nome, um pedaço de ano que não é mais 2011 com suas loucuras, vícios e leões pra matar, e tecnicamente não é 2012, ainda não fizemos a contagem regressiva. Um sem lugar, sem nome, sem razão. Tenho feito escolhas, tenho vivido outra vida. Foco no objetivo final, sacrifico meus dias de dezembro. Outro dia pensei que assim perco meu precioso fim do ano. Porém, não vejo verão, não vejo aquele ar alegre de férias, não vejo a intensidade dos pensamentos de Natal, não vejo o amor à flor da pele. O mundo passa por um ciclo seco? Explico.

Caio Fernando Abreu escreve sobre esse tempo, identificando-o como um tempo que "visto de fora, não é visível nem identificável. Não se confunde com “depressão”, quando você deixa de fazer o que devia, ou com 'euforia', quando você faz em excesso o que não devia. Em ciclo seco faz-se exatamente o que se deve ou não, desde escovar os dentes de manhã ou beber um uísque à tardinha, mas sem prazer. Nem desprazer: em ciclo seco apenas se age, sem adjetivos.".

O mundo passa por um ciclo seco? Um precipício onde emoções, boas ou ruins, se perdem.

"E falando-se dele, diga-se ainda que ciclo seco não é bom nem mau, feio ou bonito, inteligente ou burro (...). Ciclo seco, por exemplo, não se interessa por nada. Pior que não ter o que dizer, ciclo seco não tem o que ouvir, compreende? Fica na mais completa indiferença seja ao terremoto no Japão ou à demissão de Vera Fischer. No plano pessoal, tanto faz ler ou não ler um livro, ir ou não ao cinema — ciclo seco é incapaz de se distrair, de se evadir. Fica voltado para dentro o tempo todo, atento a que é um mistério, pois que pode um ciclo seco observar de si mesmo além da própria secura, se não há sequer temporais, ventanias, chuvaradas?".

Vazio, assim, seco. Segundo Caio, nada se pode fazer, a não ser esperar passar. "É preciso acreditar que passa, embora quando dentro dele seja difícil e quase impossível acreditar não só nisso, mas em qualquer outra coisa. Não que ciclo seco não tenha fé, o que acontece é que não podendo ver o que não é visível, fica limitado ao real.(...) Até lá, recomenda-se fazer modestamente o que se tem a fazer com o máximo de disciplina e ordem, sem querer novidades. Chatíssimo bem sei.". Absurdamente chato. É só deserto, um gigantesco e árido oco vazio. E não consigo nem maldizer esse já maldito ciclo seco. Aguardo ansiosa as ventanias e tempestades, a euforia, o frio na barriga e a volta de todos os meus quereres.


sábado, 26 de novembro de 2011

Hoje jantei na sacada.

Não foi bem um jantar, assim, completo. Mas foi minha refeição noturna, na sacada. Eu e o Nino vendo a noite chegar. Eparrêi que o vento veio e nem precisei chamar! Olha ela, aquela risadinha malandra, de quem trás boas novas. Bonita OYA! Movimenta aqui dentro, pois sim. Acho que o primeiro passo foi dado. Agora chega de procrastinar! Nunca precisei planejar nada. Decidia do dia pra noite e bora pra vida. Planejar algo aparentemente tão longe dos meus atuais dias me fez doente. Planejar minhas escolhas me deixa bem perdida. Planejar algo que vai fugir do meu controle me deixa apavorada. Acho que com tudo resolvido, vem o medo alegre e a espera ansiosa pela viagem. Mas hoje, a programação me mata, o planejamento me faz febril, e o medo me apavora.
 

sábado, 19 de novembro de 2011

Pra esse outubro já novembro... doce!

Ando meio sem paciência. Acho normal, pois sim. Paciência nunca foi meu forte mesmo. É um ano turbulento minha gente, ninguém nega. Mas esse outubro já novembro, ÓH CÉUS!!!! Ô tempo vivo esse. Até o amorzinho já teve tempo  dentro desse tempo. E eu, menstruo duas vezes! Pode? Tão reguladinha capricorniana perfeita. É, acontece. É o que esse outubro faz com a gente, deixa louco, mês do amor. Revira hormônio, ninguém escapa. Acho lindo. Viva! Já antecipei meu inferno astral, já tenho os surtos característicos. Mas né, tudo virado mesmo. Já nem sei quem é quem. Só tenho vontade de viver o que o corpo pede e o que o coração manda. Ai que confusão capricorniana-peixinha-surtosagitário. Os capricórnios me entendem. Os libras sorriem. Os leões desfilam. Os sagitários surtam. Os touros estão aí na vida. Os peixes, bom, os peixes sempre boiando apaixonados. Ai gente, essa confusão acaba? Ainda bem que passo longe de gêmeos, não é confusão eterna. Ainda sim, tudo lindo e tudo bem. E viva o amor, viva!

é assim inevitável, metade de mim é amor, e a outra metade, meu bem...
é amor duplo!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Já que o assunto da semana é amor...


Façamos! Amo muito (n)a primavera, é o tempo do meu típico amor infinito. Deixa cair as amarras, deixa o amor livre, beibe. Algumas leituras me, hum, inspiraram. Não falo só da carne do amor, falo do amor do amor. Sem ser egoísta, oferecer amor. E não ter vergonha de pedir amor. Amor de duas vias. Um cutuco, um carinho. Vamos amar o mundo, o bicho de pé, o Papai Noel, o padeiro, a lagartixa da parede do banheiro. Amar o cisco que a Santa Luzia levou, o abacate com açúcar, aquela manga suculenta, o sorvete que escorreu na camiseta. Amar o cocô pisado, a buzinada na rua, a cantada do pedreiro, o nariz do palhaço. Amar o churros do shopping, o domingo ensolarado, a segunda abafada. Amar o amigo gongado, o sabiá bebê, o gato miando bem chato. Amar o cio, a chuva, da terra. Amar o amado. Amar a festa, o fiasco, o foder. Amar o poder com cuidado. Amar a cotovia, o caminhão de lixo, o fósforo queimado. Amor de fogo, amor de foda, amor assado. Amor tratado, amor surtado, amor sortudo. Amor perigo, amor caído, ai ai amor bandido.

Amar assim, bem amado.




segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Sobre a primavera, celebrai!

Uma bela primavera. Sem cor, por enquanto, mas tão bela. Bela dentro da gente, aqui, pulsando. Começa com um empurrão, um grito que corre a garganta e escorre paiol abaixo. Leva leva leva de volta, que isso já não me pertence. Tão bom descarrego. Já tenho dúvidas se tenho ido em eventos catárticos ou se eu é que estou dada à catarse. Eu, que nunca fui passional, me largo, deixo a obra me consumir. Uma viagem. Uma cidade estranha. Um medo involuntário. Peixe fora d'água? Não moraria lá, definitivamente. Muito concreto, muito cocô de cachorro na rua. Pisei em um, e aff... quem disse que achei uma graminha pra passar meu pé? Mas essa sensação de tudo novo é tão boa. Ansiosa, maluca. Enquanto o ingresso não estivesse na mão, não ficaria tranquila. Fitinha no braço, programa na mão, dentro da capa de chuva. Só esperar. Uma aquecida antes, claro, o teatro pede. E começa a celebração. Coisa mais linda, uma correria de mãos dadas, palmas de pés, uma música "Entra na roda cobra grande, viva! Viva! Rua Oficina dá saída, o resto esqueça. Vamos pra rua, come cabeça!"¹. E a cobra vai pra rua. Energia, crianças, bateria. Cenas lindas, poesia em cima do morro de concreto. E de volta ao teatro, a mágica acontece. "O nosso bando é de eleitos, trazemos mágicos feitos!"¹. Atenta a cada segundo de cena, querendo correr com aqueles belos bichos humanos. E que belos, e livres. Até que é feito o convite. Um não logo na ponta da língua. Que vergonha! Uma sedução depois, peça por peça no chão. É quase uma multidão, linda assim, livre. "O que atropelava a verdade era a roupa, o impermeável entre o mundo interior e o mundo exterior. (...) A transformação permanente do Tabu em totem."². Devorar e ser devorado. Quebre o tabu, fique nu! "Nunca fomos catequizados. Fizemos foi Carnaval."². Alguma coisa grande aqui dentro, pulsa. Já foram quatro dias de primavera. O primeiro pra largar o que não mais me pertence. O segundo, uma macumba me lança no espaço, vida. O terceiro, cansaço. O quarto, hoje, a vontade de organizar, e fazer tudo novo, de novo, decidir o rumo, e bora! E amanhã? Quem sabe? Tem um amor aqui que move meu mundo. Gosto desse amor. Veio antes da primavera, mas da primavera faz sua morada. Sinto real. E pra hoje, tão longe, o sentir basta.

¹. Trechos de músicas do espetáculo Macumba Antropófaga do Teat(r)o Oficina.
². Trechos do Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade.

"Mas aquela, aquela uma não se transformava em nada diferente dela mesma,
apenas aperfeiçoava a própria forma."
 Caio Fernando Abreu

domingo, 18 de setembro de 2011

Eu vi, vendo flores! Só vejo flores...


"A Terra também não resiste. De puro gosto, fica ainda mais azul - você viu?"
Caio Fernando Abreu

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Quando o amor vira morte

a trilha: http://www.youtube.com/watch?v=kZpq5FzUlsE

É hora de um novo post. Afinal, já mudou o ciclo, e agora finalmente mudou a sensação. Sinto que começo a aceitar a decisão. Agradeço o tempo vivido, e digo 'tudo bem'. Vai ficar tudo bem. Vou ficar bem, já vejo. A morte vem pra um novo recomeço. Essa dor da morte, da certeza que nunca mais vai acontecer, dói. Ó santa redundância, a dor DÓI! Dor que aperta o peito, arregaça o coração, sinto o peito rasgando, gritando. Fez um
BUM! aqui dentro hoje, acho que algo explodiu, lá dentro, bem no fundo. E o sangue escorre, farto. Botei o pé na grama, abracei minha árvore. Oya na parede. Descarreguei. Ontem vi o bem, o amor nos olhos. Tão lindo. Tão feliz. Uma vontade de ficar mais, de cuidar mesmo, me deixar levar. Ops, não. Já sabemos. Somos tipo kamikaze. Foi bom ver quase piscar. Foi bom saber que as cores voltaram. Depois disso algo me diz que as coisas do lado de lá precisam ser repensadas, ou estou me supervalorizando, rs. Mas não questiono mais. Aceito. 'Não querer ser sempre, para pra sempre ser... isso eu aprendi com...' vc.

O bulbo deve ser plantado na terra, coberto até a borda.
Após algumas semanas as raízes começam a se desenvolver
para absorver os nutrientes da terra.

A folhagem cresce e surgem os primeiros botões de flores.
No auge do crescimento as flores se abrem.
Quando as folhas secam, o bulbo deve permanecer na terra.
Passa pelo período de dormência e o ciclo recomeça...


viu? bulbo também dá flor...

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Volta tempo


a trilha: http://www.youtube.com/watch?v=UWeOJD3oidg

Congele o tempo preu ficar devagarinho
com as coisas que eu gosto
e que eu sei que são efêmeras
e que passam perecíveis
e acabam, se despedem,
mas eu nunca me esqueço.
Efêmera - Tulipa Ruiz

Seguindo a ordem natural das coisas, sinto uma Era acabar. Já falei outras vezes de mudança, mas acho que nos últimos tempos não houve mudança maior. Tá certo que eu pedi o vento da mudança, ansiei por novos ares, cortei meus cabelos transpondo a mudança que vinha de dentro. Mas hoje, a caminho de casa, pensei muito. A mudança já acontecia quando pedi a ventania. E não é só comigo. Algumas mudanças são urgentes e extremas. A chegada de um bebê ou descobrir que se espera um, pedir a conta e mudar de país, voltar de uma longa viagem e precisar refazer a vida aqui, estar sem trabalho e o desespero de se virar em aluguel e contas. A minha mudança veio pelas bordas, o ano se inicia com uma leve insatisfação. Primeiro, um novo trabalho, com novas responsabilidades. Depois, um contrato que acaba, uns dias depois, cabelos curtos, mais uns dias, um assalto. Esse foi o vendaval que me tirou do eixo. Amortecida, demorei a entender. Alguns dias viajando e já percebo melhor. Não é nem o carro como material, dinheiro. É o que ele significa na minha vida. Pensa que é fácil ter vida fácil? Agora que ela fica um tiquinho difícil já fico aqui me debatendo sem saber o que fazer. Essa liberdade de ir e vir que me foi tirada só me mostrou o quão presa eu estava. A semana fora de casa, cada dia um super evento. Me perdendo nas tentações de cada dia, procrastinando decisões importantes em favor de um momentinho acarinhando quem se gosta. A impossibilidade de deixar minha casa a qualquer hora do dia ou da noite pra cair de boca no kuti-friti, deixa a distância muito mais fácil. Até porque entendi que sem carro eu não sirvo pra muita coisa, naquele contexto. Um amor oculto é feito de encontros furtivos, nem sempre marcados e não permite a dependência de horários de ônibus. Vai que rola uma saída emergencial pela tangente? Aí é hora do 'tá na tua hora, mocinha'. Dá um aperto no coração pensar em tudo que foi e não volta. Ainda bem que não volta, que venha a evolução. Como outras Eras que acabaram e senti falta, já sinto falta dessa também. Senti falta mas não quero que voltem, os outros tempos. Logo não vou querer que essa volte também. O tempo do amor, esse passa mais rápido. Efêmero. Uma bolha de sabão. Dá segurar um pouquinho, mas cuida ao olhar pro lado, ela pode não estar lá quando voltar o olhar. Vontade de "ficar mais um pouquinho / para ver se eu aprendo alguma coisa / nessa parte do caminho". Mesmo que eu queira muito muito muito, não posso. Ah, só mais um pouquinho. Não posso. Passou meu tempo. Por mais que doa, que me dê muita raiva, que maldiga, que queira perto, que queria respirar no teu tempo, "já passou, já passou". Já sinto. O sentimento tá aqui, um amor virado do avesso, raivoso. Mas tá aqui. Eu não dispendi nada além de tempo e energia na dedicação a esse amor, o que já me custou muito. Atrasei algumas decisões, mas cresci a tempo de torná-las palpáveis. Já vejo a fênix. E hoje agradeço não ter apostado todas as minhas fichas, teria perdido todas. Nunca se tem certeza se onde se aposta as fichas é realmente onde se deve apostar. Mas pelos antecedentes, às vezes conseguimos ter alguma idéia se o investimento vale a pena ou não. "Não há tempo que volte, amor..."

domingo, 31 de julho de 2011

Quando o amor vira ódio

"Acabou-se o que era doce,
quem comeu, regalou-se."


Tem gente que faz o mal jurando que é pelo bem. Bem de quem? De si mesmo, só pode. Venha a nós, ao vosso reino, nada. Bom, deixei de ser um problema. Agora é só uma louca pra manter longe, não é? Ou pra dividir a cama, fica a gosto do freguês. Tá ficando fácil acreditar que uma hora passa. Não esqueço as palavras ruins que me foram ditas. As boas também não. Mas as ruins superam as boas, disparado. Acontecimentos da última semana me fizeram pensar. Nada aconteceu comigo, minha vida segue leve e sem grandes dramas. Mas situações com pessoas amigas, vivendo e respirando da mesma história. As intrusas somos nós. E quem foi invadido sempre vai espalhar por aí qualquer coisa que prove por A+B que tudo tudo que vive é real e lindo demais. E que tudo que o invasor vive é apenas ilusão. Só as invasoras sabem o que foi real ou não. Não importa o que os outros enxergam, importa o que é verdade no meu coração. É tão lindo dedicar a lua ao ser amado, mas não esqueça que a lua existe você estando perto ou não. E que essa lua, tão linda e tão lembrada, é vista e admirada pelo seu amor com outro amor. Dependendo da posição, dá até pra ver da janela. Botando um milhão de minhocas na cabeça, sem vontade de me relacionar de novo. E não é nem por trauma. É preguiça mesmo. Só de pensar quantas vezes ao longo desses anos estive em casa a sonhar com o ser amado, depois de um boa noite e uma declaração de amor, enquanto a diversão a dois corria solta nas minhas costas. Vivendo o outro lado, ficou ainda mais claro o quanto isso sempre foi possível. Fica tranquila com um telefonema? Sorte sua, eu não fico mais. Não importa hora do dia, não importa dia da semana. Ou talvez até ficasse tranquila, sabendo quem é a bola da vez e até permitindo essa situação. Tudo pelo bem da relação, concretizando os planos, tá valendo! O lance é não ficar sozinha, não é? Aí, se escolhe pelo lado mais seguro. O lado que não surta, o lado que não cobra, o lado que fecha os olhos e nada vê, graças a deus! Duas semanas, duras. Não sei por que é tão difícil aceitar uma decisão que foi feita quatro ou cinco vezes em dez meses. É, dez meses. Ao menos venci a sina do um ano. Dessa vez, o sofrimento não dura um ano inteiro, ah não! Ops, contei seu segredo? Não faz mal, ela não liga mais. Ou liga, se faz tanta questão de mostrar o quanto a história é longa e como começou tão linda. Ou não se importa com minhas palavras, porque não passo da coitada abandonada, normal eu querer alfinetar, não é? Você estava enganada. Meus chifres jogam longe e ainda ferem. Mas é pro meu bem, dessa vez. Mexeu com meu brio, impossível ficar quieta muito tempo. Chega do papo de emanar amor pra receber amor. Nunca recebi esse amor de volta na mesma proporção, pra não macular o teu amorzinho imaculado. Não vai ser agora que vou me preocupar em mandar boas vibrações. Despejo meu ódio aqui, e não mando nada.


sábado, 23 de julho de 2011

Longe de casa, vomitando

Longe de casa, quase uma semana. Eu não volto logo. Daqui, emendo rumo a Londrina, ver a famiáge de lá. Por aqui, tudo nublado e cinza. Que dias quentes essa semana, céu azul, sorrisos. Amasso meu piticão muitas vezes no dia, já pensando como posso viver tão longe desse guri, já esperando o dia da volta. Dias de madrinha, que alegria. Banho, papinha, mamá, brinquedos, gatinho sentando, firmando as perninhas. E beijos, quantos beijos! Beijo demorado, beijo de peixe, beijo de tartaruga. E toda variedade de barulhos... do brrruuu ao trrrrr, dé dé dé. Uma semana boa de reflexões, avaliando o que vale a pena e me preparando pra volta. Porque a volta, aiai, dá vontade de matar a saudade, só de pensar nela. Separar o joio do trigo é processo longo. A comadre diz que é a grande chance de mudar o rumo da minha história, eu torço por isso. Sabe quando dá pra perceber que uma coisa faz muito mais mal do que bem? RESPEITO RESPEITO RESPEITO. A palavra bate feito gongo na cabeça todos os dias. Respeito é o mínimo, mesmo pra quem habita a margem. Saber amar em segredo só pode ser dom divino. Eu passo longe de ter esse dom. Aqui, a casa sempre cái. A máxima do 'você sempre soube' não faz doer menos e não faz sentir culpa. Coloque quem habita esse lar no seu devido lugar, como deve ser, nessa cama, ao seu lado. Não leve pra sua cama quem não tem espaço na sua vida.


longe do mar...
navegar, navegar, navegar...

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Enozado ou "A balada do quero-quero"

Quem eu quero enganar? Não dou conta. É lindo, é delícia, mas sempre vem o surto! Ai a lua! Quero foto, quero viagem, quero participar da vida! Quero carinho em público, quero parar de esconder. Quero ligar pra dizer bom dia, boas coisas, boa noite... sem medo. Quero falar sobre, escrever sobre, sentir e não precisar maquiar as palavras, os elogios e o toque. Quero ficar junto, meia noite de Natal, meia noite de Ano Novo. Já é meio ano minha gente, e eu aqui. Eu mesma me digo: CHEGA! É ilusão grande, das brabas e das fortes. Aposto que droga nenhuma causa esse efeito assim, tão lindo e tão verdadeiro. Não duvido da verdade da coisa. Mas é difícil demais conviver com essa ausência e administrar o ciúme. Sem fazer planos, quanto tempo mais? Quantos anos na reserva, esperando o fim? Ah num guento! Não posso mais forçar essa felicidade apenas porque é bom demais. Deu pra entender? Assim, sem grandes tristezas, sem tempestade, sem choradeira. Sem dor, eu não garanto. Me disseram esses tempos que isso precisa ser feito quando tá tudo bem, consciente. Agora tá tudo bem. Vamos tentar dessa vez, assim? Eu sei, já não tenho credibilidade nenhuma ao dizer não. Mesmo assim, simbora! É, andar de ônibus me dá tempo de pensar. Ao infinito e além, e não decido nada!?

Haja coragem pra desatar esse nó...

domingo, 10 de julho de 2011

E hoje?

hoje não
hoje não
hoje não
hoje, não me diga
hoje não me diga
hoje não, me diga


ah, hoje... não*

sexta-feira, 1 de julho de 2011

É esse meu coraçao, todo cagado no maiô.

culpa culpa culpa
culpa que te mata
culpa que me insulta
pra quê?
culpa



não come tudo não...

E hoje nem é sexta-feira 13. Se fosse, tinha bruxa me protegendo. Ô assaltante pontual, chegou junto comigo em casa! Às 11:55 da manhã, aproximadamente, segundo o encarregado no 190 naquele momento. Uma sensação de impotência, nem medo, nem desespero. Achei que estava bem. Achei, apenas. Agora, lembrando cada segundo, me dá uma ânsia. No fim de tarde, um choro incontido, em busca de um alento que não veio. As mãos, quietas a tarde toda, agora tremem. Pensando no que poderia ter acontecido, agradecendo minha calma. No fim, tudo certo. Me levaram o carro, o seguro dá outro. Agora luto para não levarem o que resta do meu coração. Muito digno lutar pelo coração! Sei que sempre tomo as decisões erradas e não estou culpando ninguem pelo meu sofrimento, afinal é tudo resultado do que eu escolhi. Maaaaas, não se passa a mão na cabeça de quem você sabe que vai enxotar da vida mais cedo ou mais tarde, já sabendo até o motivo para tal. Eu gosto mesmo de um bom drama, confesso. Talvez isso faça eu me enfiar nesses buracos todos tortos, com uma tampa soldada no fundo. Aí tenho que ficar me retorcendo pra voltar e conseguir sair ilesa. Num tempo em que anda todo mundo acostumado com a semifelicidade, sou mais uma conformada semifeliz? Se fosse, não traria problemas. Mas eu brigo, choro, exijo meus direitos. Direitos tortos, é verdade, mas meu querer é legítimo. Louca mimada possessiva. Falando em mimos, em sofrer pelo que não se pode ter, quem usa outras vidas para suprir as próprias carências, é o que mesmo? Meus sentimentos e minha dor não impedem declaraçoes de amor, respeito minha vontade de escrever. Respeitar o outro é uma arte. Respeitar a si mesmo outra arte e uma dificuldade no momento. Respeitar quem não me respeita, uma arte mais refinada ainda. Se a máxima é do egoísmo, vou exercitar o meu. Cada um que cuide de cultivar seu egoísmo. Horrível. Mas hoje só sendo egoísta consigo cuidar de mim. Não quero mais me preocupar com quem só se preocupa com o que tem embaixo das próprias cobertas e dentro dos próprios bolsos e com o conforto do próprio peito. Afinal, se eu começasse a macular um mundinho imaculado, me mandariam embora sem pestanejar. Agora venha me perguntar de novo que dou a resposta certa, prontamente. E aí, toda a razão é sua. Amor e ódio estão juntos o tempo todo. Hoje, o ódio reina na tentativa de sufocar o amor. O amor pulsa, quer sair, quer gritar, quer ligar, que vontade, que saudade, que preocupação. Shiii, cala coração. Todo mundo tem suas prioridades e me incomoda não estar na lista de prioridades de quem é minha prioridade. Hoje precisando de um colo, de um conforto, um carinho. Tudo bem não ser atendida no momento em que se quer, quando se sabe que vai ser atendida e cuidada em algum momento. Mas eu, teria que esperar até segunda-feira pra ter esse conforto, sem garantias. Muito provavelmente tudo isso que eu quero é bem utópico. Mas nesse momento me importa mais ter minha vida de volta, e pra isso: foco! Talvez hoje eu tenha mais amor do que tive/terei em qualquer momento da vida. Talvez eu seja realmente feliz vivendo desses momentos. Talvez os pontos que me incomodam não me deixem ver as coisas boas. Só que muitas coisas me incomodam e apagam tudo de bom que tá aí no meio. E aí, que vantagem maria leva? Texto longo demais e cheio de conclusões de fim de ano, credo. Em tempo, Feliz Meio Ano!

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Insone


A noite/1

Não consigo dormir.
Tenho uma mulher atravessada entre minhas pálpebras.
Se pudesse, diria a ela que fosse embora;
mas tenho uma mulher atravessada em minha garganta.

A noite/2
Arranque-me, senhora, as roupas e as dúvidas.
Dispa-me, dispa-me.


A noite/3

Eu adormeço às margens de uma mulher:
eu adormeço às margens de um abismo.


A noite/4
Solto-me do abraço, saio às ruas.
No céu, já clareando, desenha-se, finita, a lua.
A lua tem duas noites de idade.
Eu, uma.

Eduardo Galeano

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Gira gira

acertei no número, serviu!
aham, tudo do meu jeito e tudo ao meu redor!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Lua de cristal

A lua lá, linda e sempre. Espectadora de todas as minhas vidas. Um dia mais perto, outro espiando, fininha. Só ela sabe de onde vem essas piras e súbitas decisões, sofridas. Qual era minha situação no último eclipse, não lembro. Mas nesse dia, ontem, de parar tudo que estava fazendo para sentar e apreciar um momento tão mágico, já vi que muita coisa mudou. Pra pior nada muda, é só uma questão de adaptação. Um privilégio vê-lo do começo ao fim. Agradecimentos, sempre. Tempo suficiente para apreciar, refletir, agradecer, lembrar. Pensar o quanto sou pequenininha, mesmo. Agradecer todas as coisas que vivi e me fizeram feliz, e me fizeram uma pessoa melhor. Eu sou feliz hoje, de novo. Estou bem, energizada. O eclipse fecha mais um ciclo e abre um novinho, cheio de possibilidades. Visualizo uma coisa linda vindo, muitos planos. Mas do ranço ainda sinto a dor de cotovelo, sim senhora. Ainda mais quando se faz necessário gritar aos quatro ventos as belezas da sua sábia decisão. Ah essa exibição gratuita. Quer provar pra quem que está no caminho certo? Consideração com o que eu sinto não existe. Vai existir perdão? Levar um fora dói. Levar dois na mesma circunstância, dói mais ainda. Dói porque foi bom, duas vezes em muitos momentos. Hoje ouvi uma boa: Virar a página? Não! O negócio é fechar o livro! É isso. Me deixa aqui, quieta. Estou bem assim. A distância me faz bem. Me tirou da tua vida, não precisa saber do meu perdão. A hora que o perdão vier, do fundo do coração, a coisa toda já não vai ter importância alguma, e será, sim, só mais uma. Trabalho para o esquecimento.

A noite/4
Solto-me do abraço, saio às ruas.
No céu, já clareando, desenha-se, finita, a lua.
A lua tem duas noites de idade.
Eu, uma.

Eduardo Galeano

Mesmo assim, me alegra saber.
Ontem os pensamentos andaram juntos.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Adeus, adeus.

http://www.youtube.com/watch?v=2a8jP5Fm6iY

Ai ai ai! Quanto movimento! Corro mais do que ando, e ainda no mesmo lugar. Ainda? Não né. Já andei muito. Mas na tentativa de descobrir o que quero, ainda não dei nenhum passo. Há pouco nem sabia o que não queria. Não é a toa que caí na mesma armadilha pela segunda vez, e lá se foram quase dois meses nadando contra a corrente, acreditando em um sentimento e em uma mudança, que não veio, óbvio. A coisa boa disso tudo é que não agi contra minhas vontades e nem carreguei o peso da culpa. Tem gente que prefere MESMO se fazer de cega. Essa cegueira escolhida tem suas vantagens, dá uma sensação de felicidade e segurança, deposita só boas coisas e tenta acreditar que daqui pra frente, tudo vai ser diferente. Besteira.
Faz-me rir, ha ha ha
. As pessoas não mudam assim, da água pro vinho. Nesse caso, do vinho pra água, já que seria necessário deixar a influência de Baco para viver uma vida mais regrada e mais sincera consigo e com o outro. Felizmente ou não, sempre estive do lado da verdade. É duro ouvir a verdadeira resposta do que se pergunta, mas ainda acho melhor do que viver num mundinho que só parece perfeito, onde você nem sabe ao certo onde aposta suas fichas. Vivi até onde deu, e dessa vez, de verdade, digo em alto e bom som, não consigo mais. Ai, claro que não acho certo. Mas agora minha parte está feita, finda. Foi bom pra enxergar coisas que até então estavam nebulosas. Tirei do pedestal e vi bem de perto a falcatrua. Pelo menos agora, nesse instante, sei o que não quero. Ah sim, ponto importante. Cheguei a essa conclusão achando que queria um amor pra chamar de meu. Ôche! Eu pedi, apareceu. No formato latino, caliente, cheio de vontades, carinhos, tudo dedicado a mim e completamente sem limites. Heim? Assim não né, assusta! Ok, deixo o amor latino pra trás, é muito pra mim nesse momento. Também não quero. Será que posso ir por eliminatória? Vou descobrindo o que não quero até finalmente sobrar apenas uma única opção? No próximo pedido vou ser mais específica, dar mais detalhes. Senão me aparece outra coisa maluca latina, dançante e cantante. Estou sendo muito exigente? Talvez. Por agora, paz e arroz está de bom tamanho.

fazendo o check list, sempre... hehehe

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Desejos

Sim... eu pedi desejo, disposição e disponibilidade.
É sério... já?

terça-feira, 7 de junho de 2011

Versos íntimos

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

Augusto dos Anjos

sábado, 4 de junho de 2011

quieta menina!

Uma semana pesada essa. As tensões desses últimos dias me fizeram pensar sobre minha última decisão. Uma dessas doloridas, que rasgam o peito. Mas que, aos meus olhos, me mostra bem madura. Pra que prolongar uma dor, se o fim já é sabido. Cheguei a questionar minha decisão de silêncio e distância, tive vontade de falar, de contar como têm sido os meus dias, os meus sonhos. Falar das minhas aflições, da saudade que já tenho dos meus alunos, mostrar o cartão lindo que recebi de um dos meus queridos. De olhar nos olhos e abraçar bastante. É até onde eu posso ir. Só que quero mais que isso. Aí, é maquiar um olho roxo. Satisfaz a vontade imediata, mas o dia seguinte é sempre pior. É, o silêncio e a distância permanecem. Estou bem assim. Trato isso como um vício. Sei que cada dia é um dia, e cada dia é uma nova oportunidade de enfiar o pé na jaca de novo. Ou uma nova oportunidade de fazer diferente e manter o coração na linha. Sabe, o universo se encarrega de me proteger. No dia mais difícil, o ápice da vontade de fazer contato, os duendes levaram meu celular. Tenho bons guias. Hoje, pensando ainda sobre isso, questinei essa amizade, possível? Ainda não. Uma amizade cheia de limites? Não me serve. Não sou bem vinda nos eventos sociais, e ainda vem a tentativa de esconder de mim que eles existem. Nunca seria convidada. E as mentiras continuariam, as desculpas esfarrapadas seriam as mesmas. Que tipo de amizade é essa? Não teve força pra assumir um amor, não teria força pra assumir uma amizade. E eu continuaria em segundo plano. É a mesma relação, só muda o nome. Seria uma amizade velada e escondida. Não, obrigada. Pros meus amigos eu ligo aos sábados e domingos e chamo pra almoçar ou tomar um sorvete no fim de tarde. Ligo de madrugada se estou chateada ou precisando conversar. Ligo a qualquer momento se tenho saudade, só pra saber como estão. Minhas poucas boas amizades não me colocam limites. Não existe mágoa, não existe raiva. É só um momento de luz em que enxergo como seria, e quais frustrações eu teria. Tem carinho, tem amor, mas tem dependência, tipo vício. É dessa dependência que quero me livrar. As escolhas foram feitas, e é isso. Dessa vez eu quero que as coisas sejam do meu jeito , ou nada feito. Chega de migalhas.

A noite/1
Eduardo Galeano
Não consigo dormir.
Tenho uma mulher atravessada entre minhas pálpebras.
Se pudesse, diria a ela que fosse embora;
mas tenho uma mulher atravessada em minha garganta.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

o meu amor é o mais caro




http://www.youtube.com/watch?v=4yJxLU4KkTQ

Foram tantos dias de silêncio depois de tantas reflexões. Muitas constatações, muitas verdades aparecendo. Até rola uma decepçãozinha. Mas é bem pequenininha, porque no fundo no fundo eu bem que esperava. Um tanto frágil, acreditei em contos de fada. Mas aí vem o lobo mau e nhac! na minha fantasia. Claro, claro, futuro não teria. Mas amor, amor existia. Da chama que surgiu, sobraram as cinzas. Do pó ao pó. Abafa, esconde, se faz de louca. Sufoca esse amor que teima em sair, e o que sobra? Nada. NADA. Ainda tem sentimento aqui, mas tá ficando tão fraquinho. Quase nem escuto mais. Esses dias ouvi uma boa: "Inconveniente é alguém que nos priva da solidão sem nos proporcionar companhia.". Preciso explicar? Sinto dizer, mas tá passando. Digo sinto porque amo amar esse amor. Vejo ele se esvair, escorrer dentre minhas pernas, me deixando, finalmente, vazia. O prazer sem amor não me serve. Que preguiça disso tudo. Uma dama sempre sabe quando partir, já é hora?

Ela me chama quando quer eu penso se vou lá
Me envolve num ardil qualquer querendo me enganar
Essa situação não quer chegar a um final
Eu sou garoto de aluguel mas não vão me comprar
Eu vou te dar o teu prazer
Mas com amor é mais caro
Com amor é mais caro
O meu amor é o mais caro
Me diz quanto você pode pagar

ME DIZ, SE VOCÊ PODE PAGAR...


http://www.youtube.com/watch?v=4yJxLU4KkTQ


P.S.: Quanta mudança em mim desde o último post, reli agora.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Infinito deitado



Para acompanhar: http://www.youtube.com/watch?v=60bkb3IEpl8

Sabe o infinito? Ando tendo umas conversas bem de perto, assim cara a cara, com esse infinito. Ele me deixa solta, levinha. Tem graça, gosta de me confundir. Me deixa ser feliz, mas não me deixa saber que sou feliz. Meu coraçãozinho, assim, grita. Pulsa vida, pulsa amor. E o infinito, infinito... Essa sensação de algo que não tem fim. Como se estivesse numa montanha russa, e eu me grudo pra não cair. Grudo grudo grudo. Feito chiclete no cabelo, quando eu sair, vai faltar um pedaço. Mas um pedação meu vai ficar, ali pra sempre naquele coração grande e lindo. Brilha brilha amor. E vai chover assim, meu bem, nos relógios do mundo inteiro, ao infinito e além!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Flor da idade - Chico Buarque

http://www.youtube.com/watch?v=dhwDAv6c2O8&NR=1&feature=fvwp

A gente faz hora, faz fila na vila do meio dia

Pra ver Maria
A gente almoça e só se coça e se roça e só se vicia
A porta dela não tem tramela
A janela é sem gelosia
Nem desconfia
Ai, a primeira festa, a primeira fresta, o primeiro amor

Na hora certa, a casa aberta, o pijama aberto, a família
A armadilha
A mesa posta de peixe, deixe um cheirinho da sua filha
Ela vive parada no sucesso do rádio de pilha
Que maravilha
Ai, o primeiro copo, o primeiro corpo, o primeiro amor

Vê passar ela, como dança, balança, avança e recua
A gente sua
A roupa suja da cuja se lava no meio da rua
Despudorada, dada, à danada agrada andar seminua
E continua
Ai, a primeira dama, o primeiro drama, o primeiro amor

Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava Paulo
Que amava Juca que amava Dora que amava Carlos que amava Dora
Que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava Dito que amava Rita
Que amava Carlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amava
A filha que amava Carlos que amava Dora que amava toda a quadrilha



quinta-feira, 14 de abril de 2011

mergulho


estranhamente entregue, estranhamente feliz


*trilha sonora: http://www.youtube.com/watch?v=EYwWNbGYW7c&feature=related

domingo, 20 de março de 2011

domingo, domingo

Hoje é domingo
Pé de cachimbo
O cachimbo é de barro
Bate no jarro
O jarro é de ouro
Bate no touro
O touro é valente
Bate na gente
A gente é fraco
Cai no buraco
O buraco é fundo
Acabou-se o mundo

Agora é assim? Uma semana de cada vez? Começa a semana, os afazeres comandam. Corre corre
corre menina! Acorda cedo, chega no horário, não esquece de comer! Aprendi que quando desorganizada, tudo vai pro beleléu! Meus alunos não esperam, é preciso estar presente, cabeça na lua não convence adolescente. Corre corre corre! É dia de entregar questionário. Tá tudo no carro? Preenchi certinho? Corre corre corre! Ufa, um intervalo. Espreguiça no carro, tira sapato. Toma sorvete, por que não? Volta pra vida que o dia ainda não acabou. Tem aula! Concentra pra não dormir, concentra pra falar, concentra pra não bocejar. Finda a aula, casa. Banho, pijama, comida, cama. E esse é só o primeiro dia. Terça-feira é uma surpresa. Quarta, corre corre corre! Um pouco de ar, por favor! Respira que a turma é difícil. Ainda restam dois dias surpresa. Depois, o alívio da sexta-feira, ao final da última pesquisa. Agora sim, respira. Tudo tão rápido. Quantos afazeres pro final de semana. Mas eu insisto, quero um pouco de paz. Sexta, noite linda. Sábado, samba. Deixo lá a carga da semana. Lá, comigo ninguém pode. Volta pra casa e já é domingo. Com sua melancolia, seu pesar. Dia de pensar a semana que foi, e organizar a semana que vem. Dia de pensar. Acho que isso que acaba com meu domingo. Penso nas metas não cumpridas na semana anterior, penso que o tempo é curto pra fazer tudo tudo hoje. Penso no que esqueci de pensar. Domingo tudo volta. Boas coisas também voltam. Mas o que martela a cabeça, bom não é. Domingo passado lembro dessa mesma sensação. Dia que tudo pesa, ô diacho de dia que faz os medos brotarem. E agora? Ai ai ai. Dói de novo. Me arrependo do sábado. Saudade, pô! Que que faz? Aaaaaaaahhhhhhhh não faz né. Escreve e espera a segunda chegar. Me sinto tão frágil no domingo. Sinto um medo que parece ser eterno, com a sensação de que nunca vou esquecer. Hoje parece tudo perdido, mas logo corro tanto que esqueço. Uma nova sexta-feira chega com uma esperança. Uma amiga diz que sexta é dia de se apaixonar. Nunca me apaixonei numa sexta, sou mais as quintas. Sexta é início de final de semana, um alento, nem que seja pra dormir. Logo é dia de domingo, de novo. Xô urucubaca! Hora de mudar os domingos, domingo há de ser um dia bom. Faço, a partir de hoje, meus domingos dias felizes!



Domingo tem essa cara típica de que o mundo vai acabar.
Acaba não. Logo chega a segunda e tudo passa, de novo.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Sem restrições




Incondicional. Sou fã desse amor. Não é amor escolhido, é amor sentido. Amo sem condições. É amor dolorido sem ser correspondido. Mas mais dolorido é quando correspondido, escondido. Fica lá no cantinho do peito, esse amor que se sente, que fica no ar. Quando um abraço precisa ser dado em lugar aberto, ou não me responsabilizo pelas consequências. O amor do cheiro, do toque. Sentir a respiração na pele, o amor. Entre uma palavra e outra, o amor. Ah esse se sente. Amor que exala pelos poros. Amor que obriga o controle. Ao menos uma vez, salva pelo gongo. Gongada? Talvez. Mas to pra descobrir que essa suposta gongação foi uma bela de uma proteção. Esse amor que tem essa saudade que engasga. Essa vontade de gritar pelo mundo. Amor que email maldoso nenhum irá evitar. Uma dessas coisas que não são contidas pela razão, muito menos explicadas. Sem protocolos.

Esse amor assim, tão lindo, vira energia que movimenta a vida. A saudade dói, aperta. Não ter o que se quer é ruim, claro. Mas sou tão agradecida das coisas que vivi, que agora quase consigo esquecer a dor. Essa energia virou trabalho, ação. Bota a vida andar! Agora é paciência. Deixar a vida viver em mim, e paciência que tudo passa, mesmo. Tanta coisa pra dizer, mas a hora é de calar. Nada do que eu diga, pense ou sinta pode mudar o que vejo. Mas tudo que digo, sinto e penso muda tudo em mim, o tempo todo.

A vida segue. Pessoas ficam pra trás mesmo, é normal. Chega o dia em que cai uma ficha gigante, e descubro por que, afinal, tal pessoa existiu em minha vida. Tem sempre algo maior a caminho, minha gente. E maior que esse, vou dizer heim. É grande demais. Esse coraçãozinho que hoje ainda apanha, vai viver de amor e morrer de amor mais algumas vezes. Até acho bonito isso tudo. O sofrer é bonito quando se sabe que vai passar.

Vai passar, vai passar, vai passar! Esse amor assim passa. Ah, há quem diga que se passou, então não era amor. É amor sim, puro. Mas é um amor que passa. Afinal, se se morre junto com o primeiro amor, não adianta viver.

Amor sem fim eu já sei qual é. Mas esse é mais forte e infinitamente incondicional, pois nem o tempo acaba. Um figurinha que veio pro mundo há menos de um ano me mostrou esse amor. Tá aí crescendo, fortalecendo todos a sua volta e se fortalecendo a cada dia. Veio pra ensinar que amar vale a pena. Veio pra espalhar esse amor pelo mundo. Um cristalzinho, serzinho de luz que me acompanha nos sonhos e na vida, mesmo tão longe. Uma criança que me olha tão fundo que enxerga minha alma, deixo ver meus anseios, me cura. Me olha como quem diz "dinda, eu sei como é". Veio pra sacudir o mundo e mostrar o que realmente importa. E o que importa, sempre, é o amor.


é todo amor amor amor

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Uma alegoria?




Haja coração pra esse carnaval! Já começou estourando a boca do balão. Muitas emoções na rua. Me senti uma celebridade, logo logo terei fotos em facebooks e orkuts alheios, acho que ganhei alguns fãs. Uns queriam minha piteira, outros meu boá, outros meus olhos, outros meus beijos. Que folia é essa de sair beijando todo mundo né? Eu heim, eu lá quero borrar meu batom? Ops, ahahaha...

Eu queria tantas coisas ao mesmo tempo ontem. Mais dos desejos, desejos, desejos que não têm fim. Mais do mesmo, ainda. Me surpreendi quando ao cumprimentar, deu vontade de dar um beliscão ao invés de um beijo no rosto. Não pra machucar, mas pra acordar. É, tenho essa mania de achar que estou sempre certa e que as pessoas estão cometendo erros tolos. Deve ser porque tempos depois do acontecido, eu sempre tenho a confirmação de que estava certa. Ontem tive mais uma confirmação. Acho lindo quando reencontros acontecem. Quando se percebe a saudade no tempo distante. Quando se percebe a importância desse tempo que ficou pra trás. E ainda quando se percebe que uma amizade é possível. É bom saber que minha intuição não é furada, e posso contar com isso ao tomar decisões.

Eu estava realmente feliz. Mas, ah... Tanta coisa me desagradou. Se não quer ver, não olhe. Ah se fosse assim. Mas não me fiz de rogada. Fiquei na frente do bloco, botando minha alegria toda ali, sentindo a energia da bateria perto, era onde eu queria estar. E o carnaval tem um quê de melancolia mesmo. Botei um personagem na rua, e eu ali dentro, pequenininha, feliz e infeliz ao mesmo tempo. É o que o carnaval permite.

alegoria
s. f.
Modo indireto de representar uma coisa ou uma ideia sob a aparência de outra.

No carnaval, as alegorias são os carros que contam o enredo com destaques. Ontem fui o destaque da minha própria alegoria. Moça faceira, elegante. Moça de maneiras afetadas e roupas extravagantes. Já me disseram que nasci pra ter um carro e vestidos bonitos, e ser livre. Livre pra passar um tempo na vida das pessoas, pra deixar elas "melhores" pras próximas relações? Já me senti um bibelô, um brinquedinho na prateleira. Antes pegava escondido e guardava quando não estivesse mais a fim, agora que a mãe descobriu, não pode mais. A verdade trouxe um alívio, mas não nego: tenho saudade da mentira. Assim, vejo uma amizade impossível, mesmo a longo prazo. Quando eu disse que queria te guardar num potinho, era pra te ter sempre por perto, não pra ficar olhando você se debater lá dentro.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Amor caquinho

Goiaba vermelha pro doce da velha.
Tão doce, tão doce,
Que lindo se fosse...
Goiaba no lixo, tá cheia de bicho!





Amor caquinho.
Nada mais inútil e fedido que ovo quebrado na calçada....
*com um adendo: eram ovos de ouro...

sábado, 22 de janeiro de 2011

É mentira



Oh, quanta mentira suportei
Neste teu cinismo de doçura
Pode parar
Com essa idéia de representação
Os bastidores se fecharam pra desilusão
É mentira

Ultimamente andei suportando minhas próprias mentiras. A gente mente pra preservar, mente por amar, mente ou apenas faz de conta. "Diga isso, ou diga aquilo, por favor, não cause problemas. Me preserve, preserve a minha mentira." Mentimos para preservar a mentira do outro. Nem sempre é a melhor solução, e hoje me arrependo profundamente por não ter sido sincera comigo. Mas algumas verdades não podem ser ditas. Não cabia a mim esclarecer, mesmo sendo perguntada diretamente.

Quando será o dia em que uma verdade deixará de ser confundida com fofoca?

Será a vontade da verdade dita apenas capricho meu? É mais confuso quando imagino que a verdade que foi dita tem apenas 10% da minha verdade. Afinal não se salva um amor com uma verdade absoluta. A verdade tem qualquer coisa de ácida, poluída, destrói um sonho real. O mentir anda ao lado do omitir. Quando omito, minto. Talvez seja até pior. O omitir é uma trava para que a verdade não seja dita. Lavo as minhas mãos, resolvam vocês os seus problemas. E assim a verdade nunca será dita. Eu não minto quando digo que a mentira me machuca.

Mesmo assim, 10% de tudo é alguma coisa. Existe alguma verdade aí. Essa verdade me liberta. Não preciso mais me preocupar com o fazer-de-conta-que-nada-acontece. E entendo a grosseria, a necessidade de ofender e deixar claro o quanto não faço parte de nada. Isso é parte da mentira. Opa, nesses 10% de verdade já tem uma mentira. Talvez não haja verdade alguma, então. Ao invés do mentir negando, é uma maquiagem. "Veja bem, aconteceu assim... nunca foi importante... não é tudo isso que parece... eu queria acabar com isso faz tempo...". E finalmente, a parte mais importante da mentira: culpar o outro!!! Cada cabeça uma sentença, isso não me pertence mais!

É mentira
Cadê toda promessa de me dar felicidade
Bota mel em minha boca
Me ama, depois deixa a saudade, será...
Será que o amor é isso?
Se é feitiço vou jogar flores no mar
Um raio de luz
Do sol voltará a brilhar
Que se apagou e deixou noite me meu olhar

http://www.youtube.com/watch?v=prVCYVJZKsw&feature=player_embedded#!