quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Quando o amor vira morte

a trilha: http://www.youtube.com/watch?v=kZpq5FzUlsE

É hora de um novo post. Afinal, já mudou o ciclo, e agora finalmente mudou a sensação. Sinto que começo a aceitar a decisão. Agradeço o tempo vivido, e digo 'tudo bem'. Vai ficar tudo bem. Vou ficar bem, já vejo. A morte vem pra um novo recomeço. Essa dor da morte, da certeza que nunca mais vai acontecer, dói. Ó santa redundância, a dor DÓI! Dor que aperta o peito, arregaça o coração, sinto o peito rasgando, gritando. Fez um
BUM! aqui dentro hoje, acho que algo explodiu, lá dentro, bem no fundo. E o sangue escorre, farto. Botei o pé na grama, abracei minha árvore. Oya na parede. Descarreguei. Ontem vi o bem, o amor nos olhos. Tão lindo. Tão feliz. Uma vontade de ficar mais, de cuidar mesmo, me deixar levar. Ops, não. Já sabemos. Somos tipo kamikaze. Foi bom ver quase piscar. Foi bom saber que as cores voltaram. Depois disso algo me diz que as coisas do lado de lá precisam ser repensadas, ou estou me supervalorizando, rs. Mas não questiono mais. Aceito. 'Não querer ser sempre, para pra sempre ser... isso eu aprendi com...' vc.

O bulbo deve ser plantado na terra, coberto até a borda.
Após algumas semanas as raízes começam a se desenvolver
para absorver os nutrientes da terra.

A folhagem cresce e surgem os primeiros botões de flores.
No auge do crescimento as flores se abrem.
Quando as folhas secam, o bulbo deve permanecer na terra.
Passa pelo período de dormência e o ciclo recomeça...


viu? bulbo também dá flor...

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Volta tempo


a trilha: http://www.youtube.com/watch?v=UWeOJD3oidg

Congele o tempo preu ficar devagarinho
com as coisas que eu gosto
e que eu sei que são efêmeras
e que passam perecíveis
e acabam, se despedem,
mas eu nunca me esqueço.
Efêmera - Tulipa Ruiz

Seguindo a ordem natural das coisas, sinto uma Era acabar. Já falei outras vezes de mudança, mas acho que nos últimos tempos não houve mudança maior. Tá certo que eu pedi o vento da mudança, ansiei por novos ares, cortei meus cabelos transpondo a mudança que vinha de dentro. Mas hoje, a caminho de casa, pensei muito. A mudança já acontecia quando pedi a ventania. E não é só comigo. Algumas mudanças são urgentes e extremas. A chegada de um bebê ou descobrir que se espera um, pedir a conta e mudar de país, voltar de uma longa viagem e precisar refazer a vida aqui, estar sem trabalho e o desespero de se virar em aluguel e contas. A minha mudança veio pelas bordas, o ano se inicia com uma leve insatisfação. Primeiro, um novo trabalho, com novas responsabilidades. Depois, um contrato que acaba, uns dias depois, cabelos curtos, mais uns dias, um assalto. Esse foi o vendaval que me tirou do eixo. Amortecida, demorei a entender. Alguns dias viajando e já percebo melhor. Não é nem o carro como material, dinheiro. É o que ele significa na minha vida. Pensa que é fácil ter vida fácil? Agora que ela fica um tiquinho difícil já fico aqui me debatendo sem saber o que fazer. Essa liberdade de ir e vir que me foi tirada só me mostrou o quão presa eu estava. A semana fora de casa, cada dia um super evento. Me perdendo nas tentações de cada dia, procrastinando decisões importantes em favor de um momentinho acarinhando quem se gosta. A impossibilidade de deixar minha casa a qualquer hora do dia ou da noite pra cair de boca no kuti-friti, deixa a distância muito mais fácil. Até porque entendi que sem carro eu não sirvo pra muita coisa, naquele contexto. Um amor oculto é feito de encontros furtivos, nem sempre marcados e não permite a dependência de horários de ônibus. Vai que rola uma saída emergencial pela tangente? Aí é hora do 'tá na tua hora, mocinha'. Dá um aperto no coração pensar em tudo que foi e não volta. Ainda bem que não volta, que venha a evolução. Como outras Eras que acabaram e senti falta, já sinto falta dessa também. Senti falta mas não quero que voltem, os outros tempos. Logo não vou querer que essa volte também. O tempo do amor, esse passa mais rápido. Efêmero. Uma bolha de sabão. Dá segurar um pouquinho, mas cuida ao olhar pro lado, ela pode não estar lá quando voltar o olhar. Vontade de "ficar mais um pouquinho / para ver se eu aprendo alguma coisa / nessa parte do caminho". Mesmo que eu queira muito muito muito, não posso. Ah, só mais um pouquinho. Não posso. Passou meu tempo. Por mais que doa, que me dê muita raiva, que maldiga, que queira perto, que queria respirar no teu tempo, "já passou, já passou". Já sinto. O sentimento tá aqui, um amor virado do avesso, raivoso. Mas tá aqui. Eu não dispendi nada além de tempo e energia na dedicação a esse amor, o que já me custou muito. Atrasei algumas decisões, mas cresci a tempo de torná-las palpáveis. Já vejo a fênix. E hoje agradeço não ter apostado todas as minhas fichas, teria perdido todas. Nunca se tem certeza se onde se aposta as fichas é realmente onde se deve apostar. Mas pelos antecedentes, às vezes conseguimos ter alguma idéia se o investimento vale a pena ou não. "Não há tempo que volte, amor..."