terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Um álbum inteiro diz. Pietá.

Tenho um gato no peito, cuidando do coração. Um beijo lambido.

Lua azul, lua turquesa, já que a casa está vazia,
vem me fazer companhia na janela da cozinha. 
Sinto, penso, espero, fico tenso toda vez que nos encontramos, nos olhamos sem viver.
Ó rio, me leva contigo e meu coração, éramos dois e não quero ser um.
Amor eu gosto tanto, eu amo, amo tanto o seu olhar.
Você é rara, bela fera.
Deito em teu peito largo, guardo todo pranto amargo.
Tudo que quero é o mar aberto, é ter você bem perto, olhar no seu olhar.
Você sabe que as canções são todas feitas pra você,
e vivo porque acredito nesse nosso doido amor.
Mas se você quiser transformar o ribeirão em braço de mar,
você vai ter que encontrar aonde nasce a fonte do ser.
E perceber meu coração bater mais forte só por você.

domingo, 25 de novembro de 2012

domingo, 11 de novembro de 2012

Hum delícia

maionese
ela me bate, bate
feito maionese.

bom é que fico gostosa.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Ardor.


E você não tem mais chás. Isso estranho.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Voz da noite.


linda doce linda linda no infinito


domingo, 28 de outubro de 2012

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Tanto faz.

Assim nunca vai ser bom pra mim, você não entende? Não dá pra ficar perto sem querer. Impossível existir no mesmo lugar sem sentir a energia pulsando. Ficar sem sentir o olhar, não dá. Não olhar, não deu. Não sorrir, não deu. Não permitir o toque, não deu. Ficar de boca fechada sem fazer piada, não deu. Não me perder no teu abraço, não deu. E assim, na rua. Perdeu os crepúsculos? O que mais me dói é saber que o contexto era favorável, e só por isso existimos. Gente, que vida é essa? Se fossem duas, estaria agora mimimi porque estavam. Sendo uma só, o mimimi é por não estarem, e passear por ali, sozinha, sorridente e dançante na minha frente. Atentando meus sentidos no bar da minha rua. Nessa atual situação nada me satisfaz. Nem presença nem ausência. Poxa, era você quem não deveria estar lá. Eu sou a vizinha do boteco. Aniversário do meu amor-amigo. Como não iria? Quis estar intocável. E a cataia me tira os sapatos. Hoje, o impulso. O sim. Depois o não. Se vier, que seja pro que der e vier, comigo. Ou não apareça. Nem amanhã, nem nunca. Te coloquei no lugar mais lindo da minha vida de hoje, meu amor é dito e cantado, explícito. Não posso fazer mais que isso. Essa dor no peito mata, e não quero morrer.


terça-feira, 16 de outubro de 2012

Tigresa

Bons dias de receber amor. Esse outubro veio doce. Firme forte, serena, por que não? Eu sei que vem, eu sei que vou, eu sei quem sou. Ou quase isso. Eu amo tanto que nem sei. Ando feliz por existir. Aqui, desse jeito, sendo eu.


Quem fala que eu sou esquisita, hermética
É porque não dou sopa, estou sempre elétrica
Nada que se aproxima nada me é estranho
Fulano sicrano beltrano
Seja pedra, seja planta, seja bicho, seja humano
Quando quero saber o que ocorre a minha volta
Eu ligo a tomada, abro a janela, escancaro a porta
Experimento, invento tudo, nunca jamais me iludo
Quero crer no que vem por aí, beco escuro
Me iludo passado presente futuro, urro
Reviro, balanço, reviro na palma da mão o dado
Futuro presente passado
Tudo sentir total
É chave de ouro do meu jogo
É fósforo que acende o fogo
Da minha mais alta razão
E na seqüência de diferentes naipes
Quem fala de mim tem paixão.
Wally Salomão

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Um viva!

Ao amor mais lindo que já senti na vida.

Singelo, profundo, amor.


Ainda muda, espremo as palavras. Nem sei se algo precisa ser dito. Mas queria dizer algo. De como é importante, de como foi lindo o processo. Do quando essas crianças me deram, do quanto eu aprendo todos os dias. De como eu me sinto quando recebo um abraço apertado todas as manhãs. De como eu queria compartilhar isso com pessoas queridas. Do quão importante é que todos enxerguem essas crianças como seres humanos capazes de coisas lindas, mesmo quando a resposta é quase nula, existe uma resposta. De como não tratá-los como idiotas. De como não expô-las ao ridículo. De como elas amam sem mágoas. Do quanto eu queria aprender amar assim o mundo. De como eu quero eliminar o rancor. Do quanto se deve ser leve e ver a vida com olhos felizes. De como suportar as piores dores possíveis. De como ressignificar o que é muito querido e um dia já foi lindo.

Eu queria mesmo dizer, mas ainda não consigo.


quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Qualquer semelhança, não é

.qual musica?
.beijo partido
.é linda... mas por que ela? tão triste
.sei lá me deu vontade de ouvir
.to ouvindo de novo
.cuidado... ela também é pra vida toda

QUALQUER COISA PRA TE FAZER FELIZ

.aí você me busca e me leva pra lua... me leva me leva?
.pra ver a lua???
.pra lua mesmo
.ahhh, pra ver são jorge?
.são jorge, o cavalo e o dragão

VOCÊ AMA UM AMOR SOFRIDO
VOCÊ É ESPAnHOLA

amor é o bem
é manhã feliz
é banho de rio
é comer pipoca do chão do carro
comer frango frito... asa
e se nem gosta tanto de frango
muito menos de asa
O AMOR É O InÍCIO

.nada seduz mais uma pessoa que ser autentico
.vc me seduziu assim
.eu sou essa coisa mesmo

O SER HUMAnO ESTÁ SEMPRE O COnTROLE,
ELE TEME AMAR DEMAIS

.pra mim é assim... fico do seu lado e quero por você na boca... como um torrão de doce de leite... um naco de doce de leite... alguma coisa que já deixa a gente feliz só de olhar... mas a gente não resiste e quer mandar guela abaixo... mas não sem antes passar na boca...
.tá, mas e aí?
.e aí o que? bosta capricorniana
.onde entra o amor?
.por você?
.é, em toda essa descrição super sensual/sexual
.no amor simples que nada e nem ninguém exclui
.mas o amor existe igual sem essa degustação? é o mesmo amor?
.sim
.e se você bloqueia os impulsos do toque, o que acontece com o amor?
.ele permanece, vai criando força pra se manter celibato
.você diz que eu só falo de sofrimento, mas isso aí é triste pra caralhooooo... o amor não devia ter que ser escondido, abafado.



AS OPÇÕES SÃO SOFRER PERTO E/OU SOFRER LOnGE?


.fico braba
.então se assopra

sábado, 22 de setembro de 2012

Acho que nunca mais vou dormir.

...

Eu vi.
O coração acelerou.
O peito apertou.
Parei de respirar.
Eu quis voltar.
...
Eu não olhei pra trás.
Apertei o passo.
Amaldiçoei os céus.
Parei para respirar.
Eu chorei de raiva e vontade.
...




segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Aperto

Chá de camomila pra acalmar o coração.

Tenho medo de nunca esquecer.

E nunca perdoar.

Aperta.

sábado, 1 de setembro de 2012

O que vive

E por fim, a última caixa da mudança se desfaz. Engraçado, cinco meses de casa nova e ainda uma caixa fechada, intocada. A primeira vontade foi colocar no reciclável sem mesmo abrir. Afinal, se está fechada há cinco meses, quer dizer que não me é importante. Mudei de ideia lembrando que na caixa estavam as coisas do criado-mudo, antigamente ao lado da cama. Cama que virou sofá na sala, criado-mudo que hoje guarda gostosuras e provisões na cozinha. Abri. Era 2011 guardado nas gavetas do criado. Era 2011 entulhado numa caixa recém aberta. Fotos, cartas, postais, lembrancinhas disto e daquilo. Os últimos três livros lidos antes da mudança, e me lembro da sensação de pegá-los na gaveta antes de dormir, só. Pequenas besteiras que tenho dó de jogar, besteiras importantes que não sei onde guardar. Grandes besteiras importantes que não quero jogar e não sei onde guardar. Fechar a caixa de novo não adianta. Não posso ignorar 2011 trancando-o em uma caixa. Senti o cheiro do meu antigo quarto. Senti o cheiro da sopa normalmente pronta após as aulas de inglês ou antes de partir pro samba. Senti o cheiro da noite de verão, saindo com os vidros abertos, voando livre. Talvez eu tenha sido mais livre do que sou agora. Talvez hoje me falte um tanto daquela espontaneidade nas decisões e vontades. O meu ir e vir tão solto, meus quereres sempre satisfeitos. E agora, começo de mês, sempre a mesma correria. Consulta aqui, transfere ali, contabilizada, calcula, programa. Tenho saudade do sossego financeiro, da comidinha pronta e sempre delícia, das roupas lavadas, do ir e vir motorizado das madrugadas, dos dias nascendo na noite, do Nino aninhado em meu colo, apertados na cama de solteiro. Ah meus seriados favoritos, e o tempo para assisti-los. Tenho saudade, mas não volto no tempo. 2011 saiu da caixa. Me fere e me arranha. Me surpreende e me felicita. Me enche de suspiros e respiros. Vou despachar o que precisa ir. Vou guardar com carinho o que me faz bem. Cresci.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Droga

Não existe maneira educada de começar este texto. Isto seria enviado por email, com cópia, mas segurei a onda no último momento. Ufa, deu sorte. Deixo o acaso agir, ele normalmente é mais sábio que eu. Aí é mais fácil lidar com as possíveis questões, não é? Qualquer palavra basta. Escrevo porque tenho palavras que não foram ditas e não cabem em mim. E já vi que não adianta eu gastar milhões em créditos com mensagens, já que só responde o que lhe interessa, e quando lhe interessa. Escrevo porque estou fora do sério, porque não sei o que fazer comigo. Escrevo pra não jogar ovos podres nas suas janelas. Eu sinto um irritante amor, um agonizante desejo, e uma necessidade imensa de mandar você pra outro planeta. Volta pro mar, volta pro rio, vai cantar em outra freguesia, vai catar coquinho na descida, vê lá se eu to na esquina do fim do mundo. É claro que sinto saudade, não tem um dia que não acordo pensando em você, nesses dias de calor, que ar de graciosa, que vontade desse tempo bom. Mas, né! Não é por isso que vou bater na tua porta e te atazanar a vida! Se não bastasse o contato, depois o silêncio.  Vem me cutucar no meu mundo, e aí, silêncio. Mais uma vez pensando só em si, pouco te importa qual meu estado depois do contato. Pra que deus meu? Pra saciar sua vontade de saber de mim, e aí quem fica quicando? Ah te faz mal também? Então pra que o contato, porra? Você sofre, você blá blá blá. Pois vou te dizer uma coisa. Você não pode ter tudo. Namora com quem faz planos e aí vem querer saber de mim? Eu não quero o que você tem pra mim. Cama e comida é pouco. Eu quero tua indiferença, que é melhor que teu cuidado. Quero teu desprezo, que aí você me deixa em paz. Eu quero paz. Não deu pra entender ainda? No mural de quem eu preciso escrever que eu quero que você me deixe em paz? Não sou tua amiga. Não tenho interesse em ser tua amiga. Não quero você na minha vida. Abri mão de coisas deliciosas escolhendo esse caminho. Você escolheu o que bem quis, há dois anos faz suas escolhas. E eu tento colocar firmeza na minha escolha. Nem me cumprimenta na frente da tua tão amada, e aí quer saber de mim? Assim começam os encontros furtivos, eu sei disso há dois anos. É boa a estratégia, assim parece que nada acontece, que a relação é linda, que tudo foi superado. Uhuuuu! parabéns pra você que mente! Isso, me odeie! 1, 2, 3 e já!

TO SAY I LOVE YOU

e não consigo nem ser coerente... só burra e brega!


domingo, 5 de agosto de 2012

Mágoas

Me pergunto quantas vezes já fiz esse movimento do deixar partir, esquecer, apagar, afogar, sufocar, matar em mim. Eu não aguento mais. Não aguento esse choro que não cessa. Não aguento esse estado apaixonado que por vezes me faz sorrir um mundo que não existe. Diz que sabe muito bem do que sou capaz pra acabar com seu mundinho maravilhoso. Nem que eu quisesse muito eu acabaria com alguma coisa. É inexplicável que alguém consiga mentir para quem mais a apoia. Mas é assim, magoamos mais quem mais amamos. Esses dias fiquei sabendo. Lado a lado, todo o tempo mais difícil. E aí, se descobrisse uma terceira vez? O perdão. Uma incorrigível na traição, outra incorrigível no perdão. A máxima é trair para evitar a traição. Perdoar pra não trair. E assim caminham juntas. Quer dizer que esse tempo que está com ela é quase o tempo que esteve com você? É. Grave. Me pergunto se esse inferno ainda vive muito tempo. Não tem nada leve nesse inferno. Me pergunto por que resolver fazer diferente logo quando fui eu a envolvida. Me pergunto por que dizer que teremos nosso tempo. Por que alimentou? Eu não esqueço nada, e é esse meu inferno. Não é segredo que as suas relações se emendam umas nas outras, e que a amante precisa existir para que uma relação sua se consolide. Me pergunto quem é/será a próxima. Quem irá povoar teus pensamentos num próximo show de dia dos namorados. Por que namora, se ao lado dela Milton te invade com lembranças de longas tardes ao meu lado? E quantos mil perdões estão previstos pra vida dessa relação. Ok, é fato. É uma fórmula que funciona. E quem sou eu pra dizer que isso é errado. A fórmula das duas funciona. Talvez seja recalque mesmo. De tudo que deixei e deixo de viver por conta dessa história. Pelas boas coisas que abandonei pra nunca mais cruzar o caminho. Pela relação que quero viver e não consigo. Por esse nó cego que não consigo desatar. 

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Um bom conselho

Tenho sempre mil conselhos pros outros. Agora, ouço meus bons conselhos. Se eu fosse eu, não responderia mais àquelas mensagens. Se eu fosse eu, pararia de frequentar lugares que me levem ao delírio e ao sufoco. Se eu fosse eu, não permitiria que viesse à minha casa e a enchesse com suas energias. Se eu fosse eu, não comeria da sua comida nem aceitaria seus presentes. Se eu fosse eu, nem escreveria nesse blog revelando desatinos. Se eu fosse eu, lembraria da relação real que pulsa no social antes de ceder aos seus encantos. Se eu fosse eu, não acreditaria nas falsas esperanças que me dá. Se eu fosse eu, não ousaria ficar feliz com suas visitas. Se eu fosse eu, seguia minha vida e esqueceria que você existe. Se eu fosse eu, aaahhh se eu fosse eu... A verdade é que tenho esquecido de mim. Serei mais eu, e você, xará, olhos bem abertos.


domingo, 8 de julho de 2012

Meu bem

Hoje, livre e leve. Descobri que cansei de chorar miúdo. Chega de sofrer escondida, preservar e respeitar o que não existe. Deu né? Cada um cuida de si e do que lhe cabe. Fiasco? Aos olhos de quem? Já era tempo de um bom surto, botar pra fora tudo o que me mata por dentro, devagar. Tá certo que não era esse o plano, afinal não se programa um fiasco, ainda mais naquele contexto. E naquele grau incontrolável, coitada de quem me cuidou, ou tentou. Tenho uns flashs do que houve, mas segundo me contam... MINHA NOSSA! Mas assim aconteceu, então agradeço a mim mesma por me permitir. Agradeço por enfiar o pé na jaca e impossibilitar a continuação dessa história, que não é boa pra ninguém. Não, não precisava ser assim. Mas só funciona no grito, na ameaça, no surto. Quem sabe assim passa a respeitar meu silêncio e, enfim, a distância. Em tempo, ressaca moral é algo que não existe na minha cara de pau.


sábado, 2 de junho de 2012

Para espantar a tristeza, só mais uma boa dose.


Depois de 15h de sono, falo sobre o que foi, o que é, e o que sempre será. Intenso e inesquecível. Processo insaciável, que se alimenta do meu mais nobre e do meu mais podre. Alimento das trevas e da luz. Ambíguo desde o início, fez brotar meu humano. Bela Perséfone raptada por Hades, metade suave, metade sombria rainha das trevas. Satyricon é isso. Esse Apolo-Dionísio, brigando pela luz e pela dor. Ah, a dor. No coração, no corpo, na alma. Nas vozes chorosas cantando o fim, o aplauso no caos. No corpo cansado agradecendo. No suor que escorre lavando a maquiagem. No sorriso satisfeito de cada dia de fim de espetáculo. Experimento hoje intensamente essa sensação. No abraço de minha mãe, que não esteve no delírio, mas sempre soube da importância da coisa toda, e me fez chorar com seu bilhete de carinho, dizendo você conseguiu! A coragem vista aos olhos do público, que tanto aumentou e compartilhou do nosso delírio. Só agradeço e sinto saudade. Ah essa saudade que me aperta e me afaga. Essa saudade que me fez dormir sem querer acordar sem mais uma boa dose de Satyricon. Triste não estou. O fim chegou, e feliz, agradeço e dou com vontade o próximo passo. O que vivemos vive, pulsa, e não demora a gritar dentro da gente, explodindo barreiras e dando vida aos mais variados delírios e delícias. A luxúria está desperta. Assim como a coragem, o gozo, o suspiro, o infinito. Sou muito mulher hoje, tenho e mantenho acordada a chama que me sacudiu e me acendeu mulher. Num sopro divino um poder foi me dado. Sinto cada parte minha gritando junto, é o corpo que pulsa com mente e coração, apaixonado. E só posso concluir que tudo é uma coisa só. Bela conclusão que me faz um ser inteiro e vivo. Aprendiz aberto, ouço sussurros dos caminhos. Ah que vontade de viver! Ah que bela essa vida! Que belas bizarrices, que belos amores, que belos encontros, e quanto suspiro. Hoje eu suspiro, valorosos gladiadores!




terça-feira, 8 de maio de 2012

Maldição


 
Sonhos, falsas sombras passageiras,
Tecemos fios, os labirintos por onde se perdem
e se enroscam os amantes.
Nos sonhos, as dores do dia transparecem
Os perigos das viagens de amor.
Assim, a noite aumentam as delícias.
Dos que tem motivos de delícias.

E a dor das feridas dói mais
Na carne dos que sofrem.
Pobre de você, Encolpo
Enredado no amor por Giton
E no ciúme da loucura de Ascilto.

Nós te cobraremos caro o sentimento.
Não vai poder mais amar!
O amor em excesso vai murchar tua paixão.
E nós com isso? Nunca nos faltarão homens,
Nem nos interessa o teu apaixonado coração!

Satyricon Delírio - Maldição de Afrodite
(Edson Bueno)
 
Dois meses sem registros. Dois longos meses de trabalho e muita satisfação na vida. Tanta coisa turbulenta, tanto TAN DAM TUM TUM TUM, e tudo muito bem resolvido em mim. E o que acontece agora? Mais uma vez ficou grande demais. Foi tanto tempo pulsando em vida que dentro de mim as águas eram mansas. Agora tenho um turbilhão fora, e outro maior ainda dentro. Motivo? Nenhuma novidade. Entendi que nesse momento tenho dois possíveis caminhos. E em nenhum deles cabe o que estava tentando enfiar. A grande novidade é a nova solução para o mesmo problema. Existe uma ameaça concreta. A ameaça trás a tona o que realmente importa. E nada mudou. Queria era saber onde enfia o ser tão amado enquanto temos o que temos. Mais uma vez, provavelmente estive mais perto nessas semanas do que seu grande foco. Mesmo respeitando feriados, que nunca foram dias meus. Opa, dessa vez ganhei o sábado!!! A frequência por aqui cresce a medida que cresce a ausência do lado de lá. Devia saber que eventos sociais obrigam a reforçar a presença, afinal é preciso uma mijadinha pra garantir território. Bom seria se garantisse. Nessa minha paranóia delirante eu só digo que realmente, mas muito de verdade, 'eu prefero ser chamada de corna do que de burra'. E tenho plena consciência de que o outro lado não é nada bom. Talvez tão dolorido e instável quanto esse meu lugar. Hora de entender o que deviria ter sido entendido faz tempo. Algo que 'não é, nunca foi, nem nunca será'.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Sea

Eita lua que merece post.


É desse amor urgente que eu falo, é desse amor sem jeito, truculento.
É desse amor de lua, cheio de truques. Amor feitiço, amor que arranha.
Amor de sede, de fome, de carne.
Amor noturno, de sereno tem apenas o próprio sereno.

Sem foto, como é.
Olha pro céu, meu amor.


Lua feiticeira


Me debatendo, procuro o arco-íris. 
Noite-verão. Linda assim.
Saudade miúda.
 Quando eu olhei para o céu
Só vi a primeira estrela
Que cintilou no olhar
Da minha companheira
Dentro da escuridão
Procuro a noite inteira
Onde você está
Ó lua feiticeira
Lunera ó luna lunera
Luna, Lua feiticeira
Ai de quem de mim te escondeu
Lua luar
Lua luar
Dona sol
Renasce e vem dançar

Era tamanho o breu
Nem dava pra ver a estrada
Quando eu peguei na mão
Da minha namorada

Tiro do meu chapéu
Por conta da minha sina
Teu luminoso véu
Ó lua dançarina
 (A dança da lua - Eugénia Melo e Castro)

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Amargo

Eu andei espalhando que esse ano era lindo, não é? Ah doce ilusão. E a ilusão tem essa mania de ser doce. Inferno. Lindos dias. Pra depois entender que é tudo igual. As mesmas dores, os mesmos quereres, as mesmas frustrações. Ah vício, me larga. Me esquece. Vai viajar por outras bandas. Chega desse gosto amargo na boca, dessa mentira que não existe no meu universo vivo. É ano de tanta mudança, muda isso também. Mais forte, mais intenso, e a decepção mais rápida. Proporcional. Chega. Chega dos domingos vazios, dos feriados ausentes. Chega. Ninguém merece viver assim. NINGUÉM.

1, 2, 3 e já! Restarteei! Posso começar?

Para que a gente escreve,
se não é para juntar nossos pedacinhos?
Eduardo Galeano

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Selvagem amor

Não conheço seu nome ou paradeiro
Adivinho seu rastro e cheiro
Vou armado de dentes e coragem
Vou morder sua carne selvagem
Varo a noite sem cochilar, aflito
Amanheço imitando o seu grito
Me aproximo rondando a sua toca
E ao me ver você me provoca
Você canta a sua agonia louca
Água me borbulha na boca
Minha presa rugindo sua raça
Pernas se debatendo e o seu fervor
Eu me espicho no espaço feito um gato
Pra pegar você, bicho do mato
Saciar a sua avidez mestiça
Que ao me ver se encolhe e me atiça
E num mesmo impulso me expulsa e abraça
Nossas peles grudando de suor
De tocaia fico a espreitar a fera
Logo dou-lhe o bote certeiro
Já conheço seu dorso de gazela
Cavalo brabo montado em pelo
Dominante, não se desembaraça
Ofegante, é dona do seu senhor
Hoje é o dia da graça,
hoje é o dia da caça e do caçador
(Caçada - Chico Buarque)
"O polvo tem os olhos do pescador que o atravessa. É de terra o homem que será comido pela terra que lhe dá de comer. O filho come a mãe e a terra come o céu cada vez que recebe a chuva de seus peitos. A flor se fecha, glutona, sobre o bico do pássaro faminto de seus méis. Não há esperado que não seja esperador nem amante que nao seja boca e bocado, devorador devorado: os amantes se comem entre si de ponta a ponta, todos todinhos, todo-poderosos, todo-possuídos, sem que fique sobrando a ponta de uma orelha ou um dedo do pé." - Eduardo Galeano

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Carnaval de amor

Um silêncio sem tempo de cessar. Será? Difícil falar esse ano. Cabeça que gira gira, asas gigantes para a criação. Mas falar, falar mesmo, colocar em palavras pensamentos coerentes, tem sido difícil. O ano começou lindo, e continua lindo. Esquecerem de me avisar que lindo não é sinônimo de fácil. São alguns princípios que retornam, e retornaram com força total. Alguns esquecimentos nem tão esquecidos. Algumas feridas pouco cicatrizadas, arreganhadas mais uma vez, tirei a casquinha. Sem remédio, remediado está. E com um ano novo, surgem os novos atrapalhos, as novas dúvidas. Novas responsabilidades, que bom. Novos propósitos bem reais. E muitas novas alegrias, muitas novas pessoas participando da vida. Acabou de cair uma chuvica de verão. Curitiba tá precisando de uma chuvona pra levar as lágrimas, pra esfriar a cabeça e pensar com coerência. Brinquei comigo na sexta, que seria literalmente Garibaldi vai à praia. Levei minha alegria pro litoral e fiquei em paz. Na volta, o susto, o choque. O desespero de falar com os amigos que sabia estarem lá, não quero sentir isso nunca mais. Acordar chorando com o medo de algo que nem foi, imagina se tivesse sido? Pedir amor é pedir muito? Finalmente algumas lágrimas rolaram, que essa vida que é linda me cure dessa tristeza. Que possamos brincar o carnaval, pular na multidão. Olhar, não. Só não vê quem não quer, só vê quem quer muito.