domingo, 20 de março de 2011

domingo, domingo

Hoje é domingo
Pé de cachimbo
O cachimbo é de barro
Bate no jarro
O jarro é de ouro
Bate no touro
O touro é valente
Bate na gente
A gente é fraco
Cai no buraco
O buraco é fundo
Acabou-se o mundo

Agora é assim? Uma semana de cada vez? Começa a semana, os afazeres comandam. Corre corre
corre menina! Acorda cedo, chega no horário, não esquece de comer! Aprendi que quando desorganizada, tudo vai pro beleléu! Meus alunos não esperam, é preciso estar presente, cabeça na lua não convence adolescente. Corre corre corre! É dia de entregar questionário. Tá tudo no carro? Preenchi certinho? Corre corre corre! Ufa, um intervalo. Espreguiça no carro, tira sapato. Toma sorvete, por que não? Volta pra vida que o dia ainda não acabou. Tem aula! Concentra pra não dormir, concentra pra falar, concentra pra não bocejar. Finda a aula, casa. Banho, pijama, comida, cama. E esse é só o primeiro dia. Terça-feira é uma surpresa. Quarta, corre corre corre! Um pouco de ar, por favor! Respira que a turma é difícil. Ainda restam dois dias surpresa. Depois, o alívio da sexta-feira, ao final da última pesquisa. Agora sim, respira. Tudo tão rápido. Quantos afazeres pro final de semana. Mas eu insisto, quero um pouco de paz. Sexta, noite linda. Sábado, samba. Deixo lá a carga da semana. Lá, comigo ninguém pode. Volta pra casa e já é domingo. Com sua melancolia, seu pesar. Dia de pensar a semana que foi, e organizar a semana que vem. Dia de pensar. Acho que isso que acaba com meu domingo. Penso nas metas não cumpridas na semana anterior, penso que o tempo é curto pra fazer tudo tudo hoje. Penso no que esqueci de pensar. Domingo tudo volta. Boas coisas também voltam. Mas o que martela a cabeça, bom não é. Domingo passado lembro dessa mesma sensação. Dia que tudo pesa, ô diacho de dia que faz os medos brotarem. E agora? Ai ai ai. Dói de novo. Me arrependo do sábado. Saudade, pô! Que que faz? Aaaaaaaahhhhhhhh não faz né. Escreve e espera a segunda chegar. Me sinto tão frágil no domingo. Sinto um medo que parece ser eterno, com a sensação de que nunca vou esquecer. Hoje parece tudo perdido, mas logo corro tanto que esqueço. Uma nova sexta-feira chega com uma esperança. Uma amiga diz que sexta é dia de se apaixonar. Nunca me apaixonei numa sexta, sou mais as quintas. Sexta é início de final de semana, um alento, nem que seja pra dormir. Logo é dia de domingo, de novo. Xô urucubaca! Hora de mudar os domingos, domingo há de ser um dia bom. Faço, a partir de hoje, meus domingos dias felizes!



Domingo tem essa cara típica de que o mundo vai acabar.
Acaba não. Logo chega a segunda e tudo passa, de novo.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Sem restrições




Incondicional. Sou fã desse amor. Não é amor escolhido, é amor sentido. Amo sem condições. É amor dolorido sem ser correspondido. Mas mais dolorido é quando correspondido, escondido. Fica lá no cantinho do peito, esse amor que se sente, que fica no ar. Quando um abraço precisa ser dado em lugar aberto, ou não me responsabilizo pelas consequências. O amor do cheiro, do toque. Sentir a respiração na pele, o amor. Entre uma palavra e outra, o amor. Ah esse se sente. Amor que exala pelos poros. Amor que obriga o controle. Ao menos uma vez, salva pelo gongo. Gongada? Talvez. Mas to pra descobrir que essa suposta gongação foi uma bela de uma proteção. Esse amor que tem essa saudade que engasga. Essa vontade de gritar pelo mundo. Amor que email maldoso nenhum irá evitar. Uma dessas coisas que não são contidas pela razão, muito menos explicadas. Sem protocolos.

Esse amor assim, tão lindo, vira energia que movimenta a vida. A saudade dói, aperta. Não ter o que se quer é ruim, claro. Mas sou tão agradecida das coisas que vivi, que agora quase consigo esquecer a dor. Essa energia virou trabalho, ação. Bota a vida andar! Agora é paciência. Deixar a vida viver em mim, e paciência que tudo passa, mesmo. Tanta coisa pra dizer, mas a hora é de calar. Nada do que eu diga, pense ou sinta pode mudar o que vejo. Mas tudo que digo, sinto e penso muda tudo em mim, o tempo todo.

A vida segue. Pessoas ficam pra trás mesmo, é normal. Chega o dia em que cai uma ficha gigante, e descubro por que, afinal, tal pessoa existiu em minha vida. Tem sempre algo maior a caminho, minha gente. E maior que esse, vou dizer heim. É grande demais. Esse coraçãozinho que hoje ainda apanha, vai viver de amor e morrer de amor mais algumas vezes. Até acho bonito isso tudo. O sofrer é bonito quando se sabe que vai passar.

Vai passar, vai passar, vai passar! Esse amor assim passa. Ah, há quem diga que se passou, então não era amor. É amor sim, puro. Mas é um amor que passa. Afinal, se se morre junto com o primeiro amor, não adianta viver.

Amor sem fim eu já sei qual é. Mas esse é mais forte e infinitamente incondicional, pois nem o tempo acaba. Um figurinha que veio pro mundo há menos de um ano me mostrou esse amor. Tá aí crescendo, fortalecendo todos a sua volta e se fortalecendo a cada dia. Veio pra ensinar que amar vale a pena. Veio pra espalhar esse amor pelo mundo. Um cristalzinho, serzinho de luz que me acompanha nos sonhos e na vida, mesmo tão longe. Uma criança que me olha tão fundo que enxerga minha alma, deixo ver meus anseios, me cura. Me olha como quem diz "dinda, eu sei como é". Veio pra sacudir o mundo e mostrar o que realmente importa. E o que importa, sempre, é o amor.


é todo amor amor amor