domingo, 19 de dezembro de 2010

Caquinhos

Final de dezembro tem pendências a serem resolvidas, o peso do ano todo nas costas, e uma ânsia para chegar logo o dia do "Feliz Ano Novoooo!". Esse tempo tem a mesma cor e o mesmo cheiro todo ano, como se fosse um tempo marcado para enfrentar os fantasmas e fazer os votos para a mudança. Tem o tempo da explosão de emoções, o tempo sombrio de ficar cara a cara com elas, o tempo do luto, e o tempo da cura.

Esse ano passei a perna no tempo. Hoje o dia amanheceu com cara de cura, de paz, de redenção. Meu novo ano veio mais cedo. Minhas esperanças se renovaram, vendo que, afinal, as coisas não estão tão diferentes assim. É só necessário um breve período para as devidas adaptações, e pronto!

Ontem fui buscar os meus caquinhos, buscar o que de mim deixei por lá. Lugar que já há muito tempo me acolhe, com bons amigos e bons ares.

Ontem, juntei os meus pedaços.

Hoje o dia amanheceu gozado, já ressaqueado, já esburacado. Teve cara de último dia dos velhos tempos, e cara dos bons dias que virão. Vejo um futuro bom. Palavras ainda não precisam ser ditas. Um carinho nos olhos, respira, e vejo que, finalmente, tudo vai ficar em seu devido lugar. Ainda vazia em meio ao meu caos, trago a espada alerta e o escudo em posição. Mas vejo o fim desta batalha.

Um viva aos bons dias que se foram e aos bons dias que virão!


Afinal, não haveria luz se não fosse a escuridão.

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