sexta-feira, 1 de outubro de 2010

mimos



Praia ou montanha, torta de limão ou pudim de leite, sim ou não? Quero tudo, satisfazer meus caprichos de menina. Quero não precisar escolher entre coisas boas. A cada escolha feita, uma perda. E a dúvida. Como seria se a escolha fosse outra? Eis o mistério... depois da decisão, a coisa perdida sempre parece mais interessante-gostosa-divertida do que a coisa escolhida. No Natal eu sempre escolhi apenas um super presente. Quando chegava a hora, o Papai Noel fazia a parte dele de deixar o presente embaixo da árvore, e meus olhinhos atentos e ansiosos, quase não aguentavam esperar até meia noite. Presente aberto, caras felizes. Pensei tanto pra decidir o super presente, mas não pude evitar a dúvida. Seria esse mesmo o mais legal? Existia, porém, a esperança de um novo Natal. Eu poderia esperar mais um ano inteiro e escolher de novo, mais uma chance. Agora tenho a aflição de perder para sempre o caminho deixado pra trás. Não posso escolher de novo? Escolher o que mais me apetece no momento é alimentar o mimo. Vira brincadeira com o coração. Perigoso. E triste. O rio não corre mais rápido apenas porque quero. Uma escolha fecha uma janela. E abre uma porta. Será preciso bater mais do que uma vez na mesma porta até que ela se abra. Aceito os limites. Paciência, prudência e persistência... Capacidade de espera.

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