Praia ou montanha, torta de limão ou pudim de leite, sim ou não? Quero tudo, satisfazer meus caprichos de menina. Quero não precisar escolher entre coisas boas. A cada escolha feita, uma perda. E a dúvida. Como seria se a escolha fosse outra? Eis o mistério... depois da decisão, a coisa perdida sempre parece mais interessante-gostosa-divertida do que a coisa escolhida. No Natal eu sempre escolhi apenas um super presente. Quando chegava a hora, o Papai Noel fazia a parte dele de deixar o presente embaixo da árvore, e meus olhinhos atentos e ansiosos, quase não aguentavam esperar até meia noite. Presente aberto, caras felizes. Pensei tanto pra decidir o super presente, mas não pude evitar a dúvida. Seria esse mesmo o mais legal? Existia, porém, a esperança de um novo Natal. Eu poderia esperar mais um ano inteiro e escolher de novo, mais uma chance. Agora tenho a aflição de perder para sempre o caminho deixado pra trás. Não posso escolher de novo? Escolher o que mais me apetece no momento é alimentar o mimo. Vira brincadeira com o coração. Perigoso. E triste. O rio não corre mais rápido apenas porque quero. Uma escolha fecha uma janela. E abre uma porta. Será preciso bater mais do que uma vez na mesma porta até que ela se abra. Aceito os limites. Paciência, prudência e persistência... Capacidade de espera.
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