quinta-feira, 16 de junho de 2011

Lua de cristal

A lua lá, linda e sempre. Espectadora de todas as minhas vidas. Um dia mais perto, outro espiando, fininha. Só ela sabe de onde vem essas piras e súbitas decisões, sofridas. Qual era minha situação no último eclipse, não lembro. Mas nesse dia, ontem, de parar tudo que estava fazendo para sentar e apreciar um momento tão mágico, já vi que muita coisa mudou. Pra pior nada muda, é só uma questão de adaptação. Um privilégio vê-lo do começo ao fim. Agradecimentos, sempre. Tempo suficiente para apreciar, refletir, agradecer, lembrar. Pensar o quanto sou pequenininha, mesmo. Agradecer todas as coisas que vivi e me fizeram feliz, e me fizeram uma pessoa melhor. Eu sou feliz hoje, de novo. Estou bem, energizada. O eclipse fecha mais um ciclo e abre um novinho, cheio de possibilidades. Visualizo uma coisa linda vindo, muitos planos. Mas do ranço ainda sinto a dor de cotovelo, sim senhora. Ainda mais quando se faz necessário gritar aos quatro ventos as belezas da sua sábia decisão. Ah essa exibição gratuita. Quer provar pra quem que está no caminho certo? Consideração com o que eu sinto não existe. Vai existir perdão? Levar um fora dói. Levar dois na mesma circunstância, dói mais ainda. Dói porque foi bom, duas vezes em muitos momentos. Hoje ouvi uma boa: Virar a página? Não! O negócio é fechar o livro! É isso. Me deixa aqui, quieta. Estou bem assim. A distância me faz bem. Me tirou da tua vida, não precisa saber do meu perdão. A hora que o perdão vier, do fundo do coração, a coisa toda já não vai ter importância alguma, e será, sim, só mais uma. Trabalho para o esquecimento.

A noite/4
Solto-me do abraço, saio às ruas.
No céu, já clareando, desenha-se, finita, a lua.
A lua tem duas noites de idade.
Eu, uma.

Eduardo Galeano

Mesmo assim, me alegra saber.
Ontem os pensamentos andaram juntos.

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